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A síndrome do carro de boi

patriotaton

O carro de boi é um dos mais primitivos meios de transporte de cargas e pessoas, pelo mundo todo. No Brasil, desde os tempos da colonização portuguesa era muito utilizado. Quando eu tinha 10 anos de idade no sertão pernambucano, lá em Riacho do Meio, distrito de São José do Egito no sítio Patriota, eu me alegrava andar no carro de boi, tracionado pelos touros Canário e Veadô...era grande minha alegria buscar água no açude (quando tinha), junto a meu Tio Gó, no tonel para encher as caixas d’água de casa. Hoje, bem entendo a função do ferrão que utilizávamos.


Os bois quando iniciam o movimento, aceleram os passos e após certo tempo eles vão reduzindo a velocidade, arrefecendo as passadas. Dessa forma, quem conduz o carro, pega o ferrão – uma vara de madeira com uma ponta metálica – e cutuca o lombo de um dos touros, que de forma repentina pelo susto e até uma “leve dor” volta a acelerar o ritmo da marcha.


Tenho percebido na caminhada da vida, seja no trabalho, na vida comunitária da Igreja, na vida de atividades pessoais, como estudos, relacionamentos e tantas outras situações, que nossa tendencia humana é iniciar nossas empreitadas com entusiasmo, dedicação e resiliência, mas após certo tempo ocorre um relaxamento. Uma espécie de acomodação que nos faz reduzir o empenho, reduzir a marcha e isso se dá até parar. É aquilo que chamamos de desanimar. Considerando que ânimo deriva de “ânima” do latim e significa alma. Uma pessoa des +animada é uma pessoa sem alma, portanto, sem vida.


Aí está a “síndrome do carro de boi”. Nós não podemos habituar nossa vida nesse espectro de inicia com vigor, arrefece o ânimo, quando está quase parando, após sentir a ponta o ferrão, damos aquele impulso repentino e logo depois novamente arrefecemos até uma nova ferroada.


É isso mesmo: quando lemos um livro, participamos de um curso; quando recebemos uma palavra amiga ou elogio. Quando somos renovados na celebração da missa, ou culto; quando participamos de um encontro ou palestra e somos então revigorados com um novo impulso para seguir em frente nossa vida e, animados. É como se tivéssemos recebido nessas ocasiões um cutucão do ferrão.


Não podemos viver assim! É preciso que tenhamos constância em nossas ações e decisões. É preciso que toda formação recebida se transforme em frutos concretos no cotidiano de nossa vida, seja qual for o ambiente. Assim, convido você leitor a refletir: quais tem sido as oportunidades em que você recebe o cutucão do ferrão? O que essas oportunidades têm gerado em sua caminhada?


Eu termino esse texto pedindo a Deus, a começar por mim, que o Espírito Santo trabalhe em nosso coração e nossa inteligência para sabermos viver as oportunidades que temos. Para seguir em frente com garra e não arrefecermos nosso passo, pois pode ser que não resistamos na apatia da marcha até a próxima ferroada...isso nos levaria parar no meio do caminho. Isso é desanimo... Isso é morte.




Ajudai-nos Senhor, amém!


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