É isso mesmo, reclamar é um vício que encarcera. Desde sempre foi assim, mas não pode ser para sempre. Vejamos o êxodo do povo israelita, escravo dos egípcios (Êxodo 16, 2-3):
"Toda a assembleia dos israelitas pôs-se a murmurar contra Moisés e Aarão no deserto. Disseram-lhes: “Oxalá tivéssemos sido mortos pela mão do Senhor no Egito, quando nos assentávamos diante das panelas de carne e tínhamos pão em abundância! Vós nos conduzistes a este deserto, para matardes de fome toda esta multidão”."
Sim, é verdade que se voltassem atrás, teriam fartura de alimento e água, mas continuariam escravos. Ora, pense e responda a sim mesmo, há algo de tão valioso quanto à liberdade?
Olhando para a história do povo israelita, chegamos ao nosso tempo, dito moderno e podemos afirmar: nossa sociedade está viciada na reclamação e murmuração porque vivemos uma cultura de “menos valia” em que somente notícias ruins e tragédias são veiculadas, em que os valores morais e éticos se tornaram irrelevantes; onde a busca excessiva de prazer e ter substitui a essência de SER. Vivemos os relacionamentos da epiderme. Sim, o sorriso e alegria são escancarados nas redes sociais, mas a dor e angústia interior tem afligido milhares e gerado muita morte.
A verdadeira liberdade está em assumir o protagonismo de nossa vida, que é dom de Deus. Uma linda canção diz:
“Se do barro eu fui tirado, se do pó eu fui criado, do Teu sopro veio o meu viver...”
O hálito de Deus, deu-nos vida. Da mesma forma, esse sopro que é o Espírito Santo vem sobre nosso cotidiano para nos libertar de tanta coisa que viemos acumulando na mente e coração em nossa caminhada. Será que precisamos de tanta coisa para nos preocupar? Será que vale a pena não perdoar e zelar o coração amargurado? Será mesmo que somos vítimas dos problemas que nos afligem? Será que somos tão ruins assim e não valemos nada?
A verdade é que fomos criados para a felicidade (Jeremias 29,11) mas acostumamo-nos a não valorizar as coisas boas, até porque grande parte delas são coisas simples, temos grande dificuldade com o tempo, aliás com a falta dele que é a “muleta do século”, resistimos à mudança porque a maior mudança precisa ocorrer em nós mesmos, culpamos os outros por tudo, justificando então nossa apatia os fracassos. Enfim, que a alegria de cada amanhecer, por graça de Deus nos permita enxergar que a vida é dom e, portanto “...é bonita...é bonita, é bonita!”
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